É possível entender o marxismo como um conjunto de ideias políticas, econômicas e sociais que servem para compreender a realidade vivida por Karl Marx e Friedrich Engels no decorrer do século XIX.
Karl Marx e Friedrich Engels desenvolveram um método para análise social. Usado dentro da teoria marxista, leva em conta as relações de trabalho existentes no século XIX. Esse método é chamado pelos pensadores posteriores a Marx de materialismo histórico dialético.
A teoria social de Marx e Engels - tal como as teorias de Durkheime Weber - propunha a explicação científica de acontecimentos sociais do momento em que viviam.
As teorias marxistas se mostraram preocupadas em encontrar soluções ligadas ao desenvolvimento, conflitos e desigualdades existentes nas sociedades capitalistas europeias.
O marxismo apresenta-se como uma teoria da ação, principalmente as que buscam por mudanças socioeconômicas impulsionadas pela luta de classes travada entre burguesiae proletariado.
Para escrever suas obras e desenvolver a noção de socialismo, Marx baseia-se nos escritos de Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier sobre o socialismo utópico e desenvolve o socialismo científico, baseado em racionalidade, observação histórica, social, política e econômica.
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A teoria de análise e explicação social, desenvolvida por Marx, é chamada de materialismo histórico dialético.
No marxismo, a explicação das mudanças sociais só acontece a partir da análise da produção dos itens necessários para que o homem supra suas diversas necessidades. Isso é, a forma que indivíduos se organizam coletivamente para produzir itens necessários.
Em outras palavras, o materialismo dialético mantém o foco nos estudos da sociedade através da relação entre as diferentes formas de acumulação do capital e o desenvolvimento histórico das sociedades.
Entender as relações e conflitos de classes é fundamental para compreender as organizações sociais e políticas, bem como as correntes de pensamento dominantes.
É por meio do materialismo histórico que o marxismo de Marx e Engels compreendem as relações a partir das quais os bens de produção são distribuídos entre os seres sociais. Dessa maneira, as condições socioeconômicas, chamadas pelos pensadores de infraestrutura, determinam a maneira como a superestrutura funciona. A cultura, os costumes, a moral e o regime político são exemplos de superestrutura.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista.
A obra faz uma análise crítica e aprofundada da realidade social do momento, levando em consideração principalmente as relações de trabalho e exploração. Marx e Engels demonstram a desigual e violenta forma de exploração do proletariado pela burguesia. E introduzem ideias do marxismo e comunismo como solução dos problemas do ploretariado.
A burguesia era a classe social dona dos meios de produção. O proletariado, por sua vez, não possuía nada além da força de trabalho.
Em meio à nova realidade capitalista implementada pós Revolução Industrial, uma das únicas maneiras que o proletariado possuía para viver era através da venda da força de trabalho para a classe burguesa.
Diante das condições de trabalho, burguesia e proletariado travam um conflito de interesses.
De um lado, a burguesia pensa em lucro máximo e máxima exploração da mão de obra, e oferece as mínimas condições de trabalho. De outro lado, o proletariado busca melhores condições de vida e trabalho, promovendo longas greves.
Os interesses da burguesia e do proletariado são antagônicos e inconciliáveis, e essas condições geram conflitos.
Para o marxismo, o conflito de classes movimenta os acontecimentos histórico-sociais e colabora para a compreensão da história da humanidade.
A partir da luta de classes Marx e Engels propõem o fim da exploração da classe proletária a partir da destruição do capitalismo e implantação do socialismo.
Nesse novo modelo socialista, os proletários tomam os meios de produção, assumem o poder político e econômico e implementam um período que é chamado por eles de Ditadura do Proletariado.
No marxismo, o regime ditatorial comandado pela classe proletária teria como função assumir os meios de produção e socializar igualmente as riquezas produzidas. Essas ações possibilitariam as primeiras medidas para a implantação de uma sociedade igualitária.
A partir do desenvolvimento e aprimoramento dessa sociedade igualitária, a ditadura do proletariado passaria gradativamente a dar espaço a um modelo de sociedade comunista, no qual Estado e propriedade, bem como o antigo modelo de produção, seriam extintos.
Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.
MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado).
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que: