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Ariano Suassuna: conheça vida e legado do autor

Biografias - Manual do Enem
Caroline Fazio Publicado por Caroline Fazio
 -  Última atualização: 7/5/2024

Índice

Introdução

Ariano Suassuna, um dos maiores expoentes da literatura brasileira, deixou um legado que continua a influenciar gerações. Dramaturgo, romancista e poeta, Suassuna é celebrado por seu estilo único, que combina elementos do folclore brasileiro com uma apreciação pelas tradições do Nordeste.

Sua obra mais conhecida, "O Auto da Compadecida", exemplifica sua habilidade em entrelaçar o humor, a crítica social e a religiosidade de maneira magistral. 

O escritor Ariano Suassuna Desfila Pelo Escola De Samba Império Serrano No Carnaval De 2002, No Sambodromo Da Marquês De Sapucaí, No Rio De Janeiro.
Por Marcia Foletto from Rio de Janeiro, Brasil - O escritor Ariano Suassuna desfila pelo escola de samba Império Serrano no carnaval de 2002, no Sambodromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro., CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=65701856

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Biografia de Ariano Suassuna

Retrato do Ariana Suassuna

Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, Paraíba, mas mudou-se para o Recife após a morte precoce de seu pai, um importante político local, assassinado por razões políticas. 

Essa mudança teve um impacto significativo em sua formação e visão de mundo. Ele ingressou na Faculdade de Direito do Recife, mas sua paixão sempre esteve mais alinhada às letras e às artes. Durante seus anos de estudo, Suassuna começou a escrever peças de teatro e a se envolver ativamente com o meio cultural da cidade, o que definiu o curso de sua carreira literária e artística.

Carreira literária e principais obras

A carreira literária de Ariano Suassuna é marcada por uma vasta produção que inclui teatro, poesia, romance e ensaio. Sua obra mais famosa, "O Auto da Compadecida", combina elementos do teatro popular nordestino com influências do barroco católico, e é considerada um dos mais importantes textos do teatro brasileiro, aclamado pela crítica e pelo público. 

Além disso, Suassuna escreveu outras peças significativas como "A Farsa da Boa Preguiça" e "O Santo e a Porca", que também exploram com humor e profundidade as nuances da cultura nordestina. 

Contribuições para o teatro e cultura brasileira

Ariano Suassuna não só contribuiu com suas obras literárias, mas também teve um papel crucial na promoção da cultura brasileira através do Movimento Armorial, que ele fundou em 1970. 

O movimento tinha como objetivo valorizar e preservar a rica cultura do Nordeste brasileiro, incentivando a criação de uma arte erudita baseada em elementos da cultura popular. No teatro, suas peças frequentemente incorporavam esses elementos, mesclando o tradicional com o moderno e o popular com o erudito, o que revitalizou e enriqueceu o teatro brasileiro.

Prêmios de Ariano Suassuna

  • Prêmio Nicolau Carlos Magno, ainda em seus anos na graduação, com sua primeira peça de teatro: Uma Mulher Vestida de Sol.

  • Prêmio Nacional de Ficção em 1973 

  • Prêmio da Fundação Conrado Wessel (FCW) em 2008.

  • Pelo Auto da Compadecida ganhou medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais.

  • Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

  • Também o recebeu das seguintes universidades: Universidade Federal da Paraíba (2002), Universidade Federal Rural de Pernambuco (2005), Universidade de Passo Fundo (2005) e Universidade Federal do Ceará (2006).

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Obras de Ariano Suassuna

Ariano Suassuna, um notável dramaturgo e escritor brasileiro, criou obras que são pilares da literatura e do teatro do Brasil. Sua peça mais famosa, "O Auto da Compadecida", combina humor, crítica social e elementos do folclore nordestino. Suassuna também escreveu "A Pedra do Reino" e "O Príncipe de Nassau", que exploram o realismo mágico e a rica tapeçaria cultural do Nordeste. 

Além disso, suas peças, como "A Farsa da Boa Preguiça", utilizam o humor para discutir temas sociais e filosóficos, reforçando sua posição como um defensor da cultura brasileira.

'O Auto da Compadecida'

capa do livro O Auto da Compadecida

"O Auto da Compadecida" é uma das obras mais emblemáticas de Ariano Suassuna e um marco no teatro brasileiro. A peça combina elementos da tradição popular, do folclore nordestino e do barroco religioso, criando uma narrativa rica e diversificada que aborda temas como a fé, a astúcia e a justiça.

Os personagens principais, João Grilo e Chicó, são figuras astutas e carismáticas que utilizam sua inteligência e malandragem para sobreviver em um mundo repleto de desigualdades e hipocrisias. Através de um enredo que mistura comédia e drama, Suassuna explora a condição humana e a moralidade de maneira profunda, mas acessível, destacando a resiliência e a inventividade do povo brasileiro.

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Frases famosas de Ariano Suassuna

  • “Não troco o meu oxente pelo ok de ninguém!”

  • “Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial.”

  • “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”

  • “Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.”

  • “O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado.”

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UEPB

O Auto, jogo linguístico de origem medieval, peça em que certas atitudes consideradas “pecaminosas” eram “questionadas” através de uma carga de humor, foi incorporado à produção literária brasileira (ou literatura feita no Brasil, como bem fez o padre José de Anchieta com a sua escrita evangelizadora e moralística), de forma que, mesmo distante no tempo e no espaço, este tipo de texto alcança um vasto público, como é o caso de O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Considerando os fragmentos abaixo, marque a alternativa correta:

[...] PADRE É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor á fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?
JOÃO GRILO É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é benzer o motor do major Antônio de Morais e outra é benzer o cachorro do major Antônio de Morais. […]
BISPO Então houve isso? Um cachorro enterrado em latim?
JOÃO GRILO E então? É proibido? BISPO Se é proibido? Deve ser, porque é engraçado demais para não ser. É proibido! É mais do que proibido! Código Canônico, Artigo 1627, parágrafo único, letra k. Padre, o senhor vai ser suspenso [...]
JOÃO GRILO É mesmo, é uma vergonha. Um cachorro safado daquele se atreve a deixar três contos para o sacristão, quatro para o padre e seis para o bispo, é demais. [...]
BISPO É por isso que eu vivo dizendo que os animais também são criaturas de Deus. Que animal interessante! Que sentimento nobre!

 

A O Auto da Compadecida mantém relação direta com os autos medievais a partir somente do tipo formal de texto - auto - porque o conteúdo a ser desenvolvido neste tipo de literatura varia no tempo e no espaço de forma que um escritor contemporâneo não poderia recuperar nem atualizar esta forma textual.
B “Os vícios dos homens e da sociedade” são apenas uma forma bem humorada de perceber o mundo, de entreter a razão, de valer o texto por si mesmo, independente de alusão ou denúncia a que faça referência porque o riso, e somente o riso, é o que está em primeiro plano neste tipo de texto.
C O Auto da Compadecida não faz nenhuma alusão ao teatro de Gil Vicente porque dista deste no tempo e no espaço, logo os “vícios dos homens e da sociedade” não poderiam ser os mesmos. O texto de Ariano Suassuna é apenas uma paródia dos autos medievais.
D O Auto da Compadecida não tem caráter moralístico porque a literatura de ficção nunca se propôs a discutir aspectos relacionados a contextos socioculturais, uma vez que se volta para o plano estético, desconsiderando qualquer alusão a práticas culturais, a papéis sociais e outros.
E “Os vícios dos homens e da sociedade estão em todas as peças de Gil Vicente, representados por frades libertinos, magistrados corruptos, mulheres adúlteras [...] tipos que proliferam quando as sociedades esquecem os valores éticos e morais” (João Domingues Maia), característica observada na peça de Ariano Suassuna O Auto da Compadecida.
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