El Greco foi como o pintor, escultor e arquiteto grego de nome “original” Doménikos Theotokópoulos ficou conhecido. Isso ocorreu devido a sua carreira ter sido desenvolvida, a maior parte, na Espanha.
El Greco é considerado pelos estudiosos como um artista tão particular que não se encaixaria como pertencente a nenhuma das escolas convencionais. Suas figuras são alongadas, seu jogo de cores dá ar fantasmagórico para suas pinturas.
Muitos costumam localizá-lo como um dos nomes do movimento artístico maneirismo. Sua pintura revela traços da arte bizantina e pintura ocidental.
El Greco nasceu em 1541, em Creta. Descendente de uma próspera família urbana, seu pai era Geórgios Theotokópoulos, um importante comerciante e cobrador de impostos.
Não se sabe sobre sua mãe ou de sua primeira esposa, embora se saiba que ambas foram gregas. O irmão de El Greco, Manoússos Theotokópoulos, era comerciante assim como seu pai e viveu com o pintor no final de sua vida.
El Greco recebeu treinamento como pintor de imagens religiosas na Escola Cretense, o mais importante centro de arte pós-bizantina.
Em 1560, El Greco muda-se para Veneza. Embora se tenha poucos registros sobre sua produção nessa época, sabe-se que foi aprendiz do mestre Ticiano e conviveu com outros artistas e intelectuais.
Nessa fase, elementos do Maneirismo começaram a aparecer em sua obra, embora somente mais tarde se acentuaram.
Dez anos depois de sua chegada em Veneza, muda-se para Roma. Ali, El Greco conheceu Michelangelo e aperfeiçoou suas técnicas de pintura de figuras humanas.
Em 1578, El Greco vai para a Espanha, e se instala em Toledo, onde viveu até sua morte em 1614. Ali conhece Jerónima de Las Cuevas com quem teve um filho, Jorge Manuel que nasceu em 1578 e foi seu pupilo e seguidor.
Não se sabe ao certo se a união entre El Greco e Las Cuevas foi oficializada. E esse é um dado importante sobre a biografia do autor: como restam poucos documentos sobre ele, pesquisadores e intérpretes de suas obras foram aos poucos reunindo materiais de acordo com estudos de suas telas.
Na Espanha, El Greco passou a receber encomendas de instituições religiosas. A primeira encomenda foi Alegoria da Santa Aliança (1579), trabalho que garantiu sua afirmação em Toledo.
Nessa obra há uma combinação de elementos renascentistas e maneiristas que produzem grande expressividade. Seu sucesso resultou na encomenda da catedral de Toledo.
“O Enterro do Conde de Orgaz” (1586-88) é considerada sua obra mais significativa. A tela retrata um milagre no qual a comunidade local acreditava que o corpo do Conde de Orgaz, no momento de seu enterro, teria sido carregado por duas presenças divinas, Santo Estevão e Santo Agostinho.
Na obra, El Greco distingue o céu e a terra, com elementos sobrenaturais.
El Greco destacou-se também como retratista. Rostos alongados, figuras verticais, corpos esguios, expressões melancólicas e misteriosas, cores brilhantes, eliminação da perspectiva, além do trabalho com a luz são características de suas telas.
O maneirismo foi um protesto contra o racionalismo estéril e o classicismo. Os rebeldes maneiristas flexibilizaram a mentalidade dirigida por regras. Seus projetos eram excêntricos e continham várias contradições. Para os classicistas, o ritmo regular era Deus. Para um maneirista, divino era o não convencional.
Os artistas desse período procuraram criar algo novo e inesperado, rompendo com a ideia de beleza” estabelecida pelos grandes mestres. São considerados por muitos os primeiros artistas “modernos”.