Mário Quintana é um poeta brasileiro, nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul. Ele trouxe para a literatura um olhar singular sobre as pequenas grandes coisas da vida.
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Mario Quintana, nascido em 30 de julho de 1906 em Alegrete, Rio Grande do Sul, é uma figura emblemática da poesia brasileira, cuja obra transcende gerações. Filho de uma família simples, desde cedo Quintana demonstrou um fascínio pelas letras, algo que o definiria pelo resto da vida. Ao mudar-se para Porto Alegre em 1919, sua perspectiva e suas interações com o mundo literário se expandiram, marcando o início de uma jornada poética sem igual.
Mário Quintana publica seu primeiro livro “A Rua dos cataventos”, em 1940 (Imagem de Kerttu por Pixabay)
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Mario Quintana era um poeta do cotidiano, um artista das palavras que encontrava poesia nos momentos mais simples da vida. Seu estilo literário é frequentemente celebrado pela capacidade de transformar o ordinário em extraordinário, usando uma linguagem acessível que toca profundamente leitores de todas as idades.
Quintana tinha uma habilidade especial para tecer reflexões sobre temas universais como o tempo, a vida cotidiana e a morte, sem nunca perder a leveza. Em seus versos, o tempo não é apenas uma sequência de segundos, minutos e horas; é um personagem vivo, que interage com os seres humanos e afeta suas vidas de maneiras profundas.
Em "O Tempo", ele escreve: "A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já se passaram 60 anos!"
Essa capacidade de captar a essência da existência humana, com suas alegrias e tristezas, é uma marca registrada de sua obra. Ele consegue expressar, através de uma linguagem coloquial, profundos pensamentos sobre a vida, tornando o complexo em simples e o efêmero em eterno.
Quintana foi um poeta modernista, mas com um estilo muito próprio. Ele partilhava da liberdade de forma e da ruptura com o passado propostas pelo modernismo, mas sempre com um olhar voltado para as pequenas coisas, para o aspecto humano e íntimo da vida. Seus poemas refletem a influência de grandes nomes da literatura mundial, como Marcel Proust e Virginia Woolf, dos quais traduziu várias obras para o português.
Essas traduções não apenas enriqueceram o repertório literário brasileiro mas também influenciaram o próprio estilo de Quintana. A delicadeza de Proust e a profundidade psicológica de Woolf encontram eco em seus poemas, que, por sua vez, ajudaram a moldar uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Quintana foi, assim, um elo entre a literatura brasileira e a mundial, trazendo para o cenário nacional novas formas de expressão e sensibilidade.
Ao longo de sua vida, Mário Quintana criou um vasto e impactante acervo literário, cujas obras continuam a ressoar nas prateleiras e corações dos amantes da literatura. Entre seus muitos trabalhos, "Espelho Mágico" e "Baú de Espantos" se destacam, exemplificando sua habilidade única em tecer o cotidiano com a poesia.
"Espelho Mágico", publicado em 1951, é uma coleção que se aprofunda na introspecção e na contemplação do eu e do mundo ao redor. Este livro se destaca por sua abordagem reflexiva, onde Quintana utiliza o símbolo do espelho para questionar e explorar a identidade pessoal e a natureza da realidade.
O poeta propõe que os leitores vejam além das aparências, incentivando uma visão mais crítica e consciente de si e do ambiente. A obra é composta por uma variedade de poemas que alternam entre o lirismo e a prosa poética, mantendo um estilo acessível e direto, ideal para quem deseja iniciar um diálogo mais profundo com a poesia.
"Baú de Espantos", lançado em 1986, reúne 99 poemas inéditos de Quintana, incluindo alguns escritos durante sua juventude, como o poema "Maria", datado de 1923. Este livro é considerado um dos mais importantes de sua carreira, não só pela amplitude temporal que abrange mas também pela diversidade de formas poéticas que apresenta.
Os textos variam de breves poemas em versos livres a sonetos mais estruturados, com métrica e rima, passando também por quadras de versos heptassílabos rimados. A estrutura cuidadosamente montada de "Baú de Espantos" oferece uma visão abrangente do desenvolvimento estilístico e temático de Quintana ao longo dos anos.
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Mario Quintana deixou uma marca na literatura brasileira, não apenas através de suas obras, mas também pelo impacto duradouro que teve sobre gerações de escritores e leitores. A simplicidade e profundidade de sua poesia transformaram a forma como muitos percebem e apreciam a literatura, tornando-a acessível e ao mesmo tempo profunda.
Quintana é frequentemente citado como uma das vozes mais autênticas da poesia brasileira, cuja obra continua a inspirar e influenciar não só poetas, mas também músicos, artistas visuais e dramaturgos. Sua habilidade de encontrar o extraordinário no ordinário e de expressar complexidades emocionais e existenciais de maneira simples e direta ressoa com um público amplo e diversificado.
A abordagem de Quintana ao tema do tempo, da vida cotidiana e das questões universais da existência humana permanece relevante, ajudando novos leitores a navegar suas próprias experiências e emoções. Professores de literatura frequentemente utilizam seus textos em salas de aula, destacando a capacidade de Quintana de falar com todas as idades e contextos sociais.
Um dos testemunhos mais significativos do legado de Mario Quintana é a Casa de Cultura Mario Quintana, localizada em Porto Alegre. Originalmente um hotel onde Quintana viveu por muitos anos, este edifício foi transformado em um centro cultural dedicado a preservar e disseminar sua obra e influência.
A Casa de Cultura não serve apenas como museu ou espaço de arquivamento, mas é um local vibrante de atividades artísticas e literárias, promovendo eventos, oficinas, exibições e performances que refletem o espírito criativo de Quintana. Ela oferece uma conexão palpável com o poeta, permitindo que os visitantes explorem, de forma interativa, as diversas facetas de sua vida e obra.
A genialidade de Quintana está em perceber, em meio a complexidade da vida, a beleza e simplicidade das relações, das percepções e da vida humana. Confira algumas frases que mostram a delicadeza, simplicidade e genialidade do poeta.
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Uma tendência marcante na poesia de Mário Quintana pode ser observada na ambientação onírica, em que o eu-lírico penetra no mundo dos sonhos, do inconsciente, trazendo para o poema imagens inusitadas, muito recorrentes na literatura neossimbolista.
Marque, a seguir, a alternativa cujos versos expressam essa tendência.