Ariranha: descubra o que é, se tem no Brasil e as diferença para as lontras

A ariranha, também conhecida como lontra-gigante ou lontra-do-mar, é um mamífero aquático que pertence à família Mustelidae. Seu nome científico é Pteronura brasiliensis. Ela é encontrada em diversos países da América do Sul, incluindo Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e outros.

A ariranha é a maior espécie de lontra do mundo e possui uma série de características adaptadas à vida em ambientes aquáticos. 

A ariranha (nome científico: Pteronura brasiliensis) é um mamífero carnívoro semi-aquático pertencente à família Mustelidae, a mesma família das lontras. É a única espécie do gênero Pteronura.

Confira a seguir as principais características físicas das ariranhas.

Descrição Geral: Tamanho, Peso e Aparência 

• Tamanho: A ariranha é a maior espécie da família Mustelidae. Adultos podem medir entre 1,5 e 1,8 metros de comprimento, incluindo a cauda, que pode ter entre 45 a 65 centímetros.
• Peso: Adultos geralmente pesam entre 22 e 32 quilogramas, mas alguns indivíduos podem alcançar até 34 quilogramas.
• Aparência: As ariranhas possuem um corpo longo e esguio, adaptado para a vida aquática. Seu pelo é curto, denso e de cor marrom escura, quase preta, com algumas áreas mais claras na garganta e no queixo. O pelo é impermeável, o que ajuda a reduzir a resistência na água enquanto nadam. 

As patas são curtas e possuem membranas interdigitais, tornando-as excelentes nadadoras. Sua cauda é longa, musculosa e achatada, servindo como leme durante a natação. A cabeça é larga e achatada, com olhos e narinas posicionados altos no crânio, permitindo que observem o entorno enquanto o restante do corpo permanece submerso.

Diferenças entre machos e fêmeas 

• Dimorfismo Sexual: Em termos de tamanho, machos e fêmeas são muito similares, tornando um pouco difícil diferenciá-los apenas por essa característica. No entanto, em média, os machos tendem a ser ligeiramente maiores e mais pesados do que as fêmeas.
• Marcação na Garganta: Ambos os sexos possuem uma mancha branca ou amarelada na garganta, que é única para cada indivíduo (semelhante à nossa impressão digital). No entanto, essa característica não serve para distinguir o gênero.
• Comportamento: Em alguns contextos, os machos podem ser mais vocais e ter uma postura mais dominante, especialmente em interações relacionadas à territorialidade ou acasalamento.

As ariranhas podem viver em diferentes ambientes e em vários países. Confira a seguir:

Principais habitats:

• Rios: As ariranhas preferem rios com águas claras, pois essas águas oferecem melhor visibilidade para a caça. A presença de bancos íngremes e florestados também é crucial, pois fornecem locais seguros para a construção de tocas.
• Lagos: Em áreas onde há lagos de águas claras, especialmente na região amazônica, as ariranhas podem ser encontradas caçando e vivendo ao longo das margens.
• Pântanos: O Pantanal, o maior pântano tropical do mundo, localizado no Brasil, Bolívia e Paraguai, é um dos habitats mais emblemáticos para as ariranhas. Aqui, elas se beneficiam da abundância de peixes e da complexa rede de rios, lagos e lagoas.

Distribuição geográfica:

As ariranhas são nativas da América do Sul. Sua distribuição geográfica abrange vários países e regiões:

• Brasil: As ariranhas são encontradas em grande parte da Bacia Amazônica e no Pantanal. Também há registros em outros sistemas fluviais, como o Araguaia.
• Bolívia: Principalmente nas regiões de Beni e Pando, e nas áreas pantanosas próximas à fronteira com o Brasil.
• Paraguai: Principalmente nas áreas pantanosas que compartilha com o Brasil e a Bolívia (Pantanal).
• Colômbia: Na região da Amazônia colombiana, especialmente em áreas próximas aos rios Amazonas e Orinoco.
• Venezuela: No sul, próximo à bacia do rio Orinoco.
• Peru: Na parte amazônica do país, especialmente ao longo dos principais rios da região.
• Equador: Na região amazônica, embora em menor número.
• Guiana, Suriname e Guiana Francesa: Em diversos rios que fluem para o Atlântico.

Historicamente, a distribuição das ariranhas era mais ampla, abrangendo também o norte da Argentina e o Uruguai. No entanto, a combinação de caça para o comércio de peles no século XX e a degradação do habitat reduziu significativamente sua presença nesses lugares.

Os alimentos favoritos das ariranhas são:

• Peixes: Peixes compõem a maior parte da dieta das ariranhas. Eles têm preferência por peixes de água doce, como characiformes (por exemplo, pacus e piranhas) e siluriformes (peixes-gato).
• Crustáceos: Ocasionalmente, as ariranhas também se alimentam de crustáceos, principalmente em habitats onde esses animais são abundantes.

Embora os peixes e crustáceos sejam os principais componentes da dieta das ariranhas, elas também podem consumir pequenos répteis, anfíbios e até mesmo aves aquáticas em circunstâncias específicas.

Técnicas e comportamento de caça:

• Visão e Audição: As ariranhas confiam em sua visão e audição agudas para detectar presas na água. Suas narinas e olhos estão posicionados altos no crânio, permitindo-lhes manter esses sentidos fora da água enquanto nadam.
• Caça em Grupo: Embora cada ariranha seja uma caçadora eficaz por si só, muitas vezes elas caçam em grupos. Esta estratégia de caça em grupo pode ajudar a acuar peixes em áreas específicas, tornando a captura mais eficiente.
• Versatilidade: As ariranhas são nadadoras ágeis e podem perseguir peixes rapidamente na água, usando suas patas membranosas e cauda musculosa para se impulsionar.
• Consumo imediato: Uma vez que uma presa é capturada, geralmente é consumida imediatamente. As ariranhas têm dentes afiados e fortes mandíbulas, permitindo-lhes despedaçar e consumir rapidamente suas presas.

Lontra Europeia (Lutra lutra) - Fonte: Bernard Landgraf, CC BY-SA 3.0 <http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/>, via Wikimedia Commons

Ariranha (Pteronura brasiliensis) - Fonte: Wikimedia Commons

As lontras e as ariranhas são ambos mamíferos aquáticos da ordem Carnivora, mas pertencem a famílias diferentes e têm várias diferenças distintas em relação à sua biologia, comportamento e distribuição geográfica.

Uma das diferenças mais evidentes entre as duas é o tamanho e a aparência. As ariranhas (Pteronura brasiliensis) são significativamente maiores, podendo atingir até 1,8 metros de comprimento e pesar cerca de 30 kg, enquanto as lontras, em geral, são bem menores, com comprimentos que variam de 60 a 130 centímetros e pesos muito mais leves em comparação. Além disso, as ariranhas têm um corpo mais robusto e uma pelagem uniformemente escura, frequentemente de cor marrom ou preta, enquanto as lontras têm pelagem mais variada em termos de cores e padrões, incluindo espécies com manchas e listras.

Outra diferença crucial reside em suas distribuições geográficas. As ariranhas são encontradas principalmente nas regiões de água doce da América do Sul, como bacias fluviais da Amazônia, enquanto as lontras têm uma distribuição mais ampla, ocorrendo em diversos habitats aquáticos em todo o mundo, incluindo América do Norte, Europa, África, Ásia e Austrália.

Distribuição de ariranhas na América do Sul. (Via WikimediaCommons)

Quanto ao comportamento, as ariranhas são animais sociais, vivendo em grupos familiares coesos e cooperativos, frequentemente caçando em conjunto, enquanto as lontras podem variar em termos de sociabilidade, algumas sendo mais solitárias e outras vivendo em pequenos grupos.

Em resumo, embora as lontras e as ariranhas compartilhem a adaptação à vida aquática e pertençam ao mesmo grupo taxonômico mais amplo, elas diferem em tamanho, aparência, distribuição geográfica e comportamento social.

A ariranha, também conhecida como lontra gigante (Pteronura brasiliensis), desempenha um papel de extrema importância nos ecossistemas aquáticos da América do Sul. Esses mamíferos semi-aquáticos têm uma influência significativa no equilíbrio e na saúde dos ambientes aquáticos que habitam. Uma de suas principais funções ecológicas é controlar as populações de peixes em rios e lagos.

Como são excelentes pescadores, as ariranhas ajudam a regular as populações de peixes, contribuindo para a preservação de espécies de peixes e o funcionamento saudável dos ecossistemas aquáticos. Além disso, seu comportamento de escavação de tocas às margens de rios pode criar abrigos e microambientes importantes para várias outras espécies de animais, como aves e peixes, promovendo a biodiversidade local.

Além de sua influência direta sobre a fauna aquática, as ariranhas também podem servir como indicadores da saúde do ecossistema aquático. A presença de ariranhas em um ambiente aquático é muitas vezes um sinal de que a qualidade da água é boa, pois esses animais são sensíveis à poluição e à degradação do habitat. Portanto, a conservação das ariranhas não só protege essa espécie ameaçada, mas também contribui para a preservação de ecossistemas aquáticos inteiros.

A importância das ariranhas na manutenção dos ecossistemas aquáticos saudáveis destaca a necessidade crítica de proteger esses animais e seus habitats para garantir o equilíbrio ecológico e a biodiversidade em regiões onde estão presentes.

• Classificação: Maior membro da família Mustelidae.
• Distribuição: Nativa da América do Sul; encontrada em rios e pântanos, principalmente na Bacia Amazônica e no Pantanal.
• Descrição Física:
• Corpo longo e esguio adaptado à vida aquática.
• Pelo curto, denso e marrom escuro.
• Patas com membranas interdigitais para natação eficiente.
• Cauda achatada e musculosa, usada como leme ao nadar.
• Dieta: Principalmente peixes (como pacus e piranhas), ocasionalmente crustáceos e outros pequenos animais aquáticos.
• Comportamento de Caça:
• Caçadores ágeis e eficazes.
• Frequentemente caçam em grupos, usando estratégias colaborativas.
• Muito vocais durante a caça e alimentação.
• Reprodução:
• Gestação de aproximadamente 65-70 dias.
• Tocas cavadas em margens de rios para abrigar filhotes.
• Ensino ativo dos filhotes por adultos sobre caça e comportamentos sociais.
• Sociabilidade: Animais altamente sociais, vivendo em grupos familiares.
• Status de Conservação:
• Antigamente caçadas por suas peles, levando a declínios significativos na população.
• Atualmente, ameaçadas por perda de habitat, poluição e conflitos com atividades humanas (como pesca).
• Espécies protegidas em muitos países, com esforços de conservação em andamento.
• Importância Ecológica:
• Predadores ápice em seus ecossistemas, ajudando a manter o equilíbrio das populações de peixes.
• Indicadores da saúde dos ecossistemas aquáticos.
• Cultural: Respeitadas e valorizadas em muitas culturas indígenas da América do Sul.

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