Nicolau Maquiavel é um dos mais conhecidos intelectuais do Renascimento. Considerado o pai do pensamento político moderno. Em sua obra mais famosa, “O Príncipe”, Maquiavel apresenta a maneira pela qual os reis devem agir ao governar seus territórios.
📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚
Nicollò di Bernardo dei Machiavelli nasceu em Florença, Itália, em 3 de maio de 1469. Filho de pais pobres, ainda muito cedo Maquiavel mostrou paixão pelo estudo de línguas e foi estimulado pelos pais a estudar.
Durante sua vida, Maquiavel vivenciou as instabilidades do governo italiano, geradas por disputas políticas pelo controle e manutenção territorial. Presenciou, também, ascenção e queda dos Médicis, a origem da monarquia espanhola, as grandes navegações e a implantação do colonialismo na América.
Todo contexto político, social e econômico foi importante na construção dos pensamentos e teorias de Maquiavel, e para a produção da obra “O Príncipe”.
Maquiavel dedica-se a compreender, analisar e escrever sobre o Estado, a política, as relações entre homens no meio político, meios para manutenção e expansão do poder, além da necessidade da legitimação do poder, principalmente o real, para a garantia de funcionamento do Estado.
Em 1498, o italiano passa a exercer o cargo político de Secretário da Segunda Chancelaria. O cargo dá início a uma longa e intensa dedicação a atividades políticas. Em paralelo, Maquiavel dedica-se, também, à ciência empírica e no desenvolvimento de uma filosofia que garante o afastamento da filosofia política, da teologia e dos conceitos filosóficos da moral, para garantir que a política seja entendida como realmente ela é, não baseada em suposições de como deveria ser.
De maneira geral, os estudos do italiano dedicam-se a unir teoria e prática, ou seja, ou método indutivo e empirismo.
Maquiavel pensa na possibilidade de existência de um Estado imaginário, que beira a perfeição, e desconsidera as mudanças naturais que poderiam prejudicar ou alterar as estruturas sociais, políticas e econômicas vigentes.
A partir de 1520, Maquiavel tem seus trabalhos históricos reconhecidos, e recebe o título de mais importante historiador de Florença. O italiano morre em 1527, mesmo ano da queda dos Médicis.
O empirismo, adotado por Maquiavel, afirma que o conhecimento sobre o mundo vem a partir das experiências sensoriais.
No caso da ciência, o conhecimento só pode ser obtido através das experiências. Para os empiristas, as experiências auxiliam na busca de resultados práticos, considerados também melhores e mais adequados.
Dentre os vários nomes do empirismo, destacam-se: Aristóteles, Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, David Hume, John Stuart Mill, bem como o próprio Maquiavel. Os empiristas colaboraram, também, para uma revolução científica, que é responsável pela criação da metodologia científica, ainda adotada nas ciências, de modo geral.
A obra mais importante de Maquiavel, “O Príncipe”, é publicada em 1532, ou seja, após a morte do autor.
No livro, o pensador propõe a unificação italiana a partir do governo de um príncipe. A obra é considerada um manual político que ajudaria governantes encontrarem as melhores formas de planejar, agir e governar para garantir a estabilidade e legitimação política, bem como a manutenção de um Estado estável e organizado.
Para exemplificar suas opiniões, Maquiavel faz uso de uma série de casos e exemplos.
A obra é posteriormente muito criticada por uma série de estudiosos e pensadores da política. Esses especialistas entendem que Maquiavel afirma que os reis podem ter atitudes cruéis e inescrupulosas, desde que alcancem aquilo que desejam.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
É também na obra “O Príncipe” que Maquiavel apresenta os conceitos de virù e fortuna.
Segundo o autor:
Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
(MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991)
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser: