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Contos: estrutura, linguagem e exemplos

Literatura - Manual do Enem
Caroline Fazio Publicado por Caroline Fazio
 -  Última atualização: 10/5/2024

Índice

Introdução

Os contos são uma forma literária que combina simplicidade estrutural com profundidade temática. Eles oferecem uma janela para as tradições, culturas, e dilemas humanos, encapsulando grandes narrativas em espaços relativamente pequenos. 

Desde suas origens nas tradições orais até sua adaptação na literatura moderna, os contos evoluíram para abordar uma ampla variedade de temas e estilos, mantendo sempre a característica essencial de concisão. 

mesa de madeira com caderno em branco sob óculos e caneta

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Definição e origens dos contos

Contos são narrativas breves que se distinguem por sua concisão e foco em um único evento ou série de eventos conectados. Historicamente, essas narrativas surgiram em diversas culturas como formas de transmitir tradições orais, moralidades e entretenimento. 

Os primeiros contos frequentemente possuíam elementos mágicos ou sobrenaturais e eram usados para explicar fenômenos naturais, ensinar lições morais ou simplesmente divertir. 

Ao longo dos séculos, o conto evoluiu para abranger uma variedade de estilos e temas, adaptando-se às mudanças sociais e culturais, mantendo sua essência de brevidade e foco narrativo.

Tipos de contos

Contos podem ser classificados em várias categorias, refletindo a diversidade e a riqueza do gênero. Cada tipo de conto serve a um propósito diferente, desde preservar a cultura até questionar as normas sociais existentes.

Contos de fadas, por exemplo, são histórias tradicionais que geralmente incluem elementos mágicos e lições morais, dirigidas principalmente ao público infantil. 

Contos modernos, em contraste, podem não apresentar magia e muitas vezes exploram temas mais complexos e nuances psicológicas, refletindo questões contemporâneas e explorando a condição humana de maneira mais realista. 

Contos populares, por sua vez, são relatos que se originam na tradição oral de uma cultura, caracterizando-se por sua transmissão de geração para geração, adaptando-se ao longo do tempo mas sempre enraizados em suas comunidades de origem.

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Características dos contos

Entenda a seguir as principais características dos contos, desde sua estrutura básica até a linguagem mais comum nesse tipo de texto.

Estrutura dos contos

A estrutura de um conto é notavelmente direta, mas permite uma variedade de interpretações e abordagens criativas. Tipicamente, um conto começa estabelecendo um cenário e introduzindo os personagens principais rapidamente.

O enredo, então, se desenvolve em torno de um conflito central, guiando o leitor através de uma série de eventos que culminam em um clímax. A conclusão, muitas vezes, vem de forma rápida e decisiva, deixando uma impressão duradoura ou uma moral para reflexão. 

Elementos dos contos

O conto é uma forma narrativa concisa, focada em um incidente central. Seus elementos incluem:

  • enredo simplificado

  • personagens distintos

  • tempo e espaço bem definidos

  • narrador, que pode variar entre observador externo e participante da história. 

Essa brevidade do conto permite uma rápida imersão na trama, evocando emoções intensas e explorando temas complexos de maneira acessível. Exemplos clássicos incluem "A Cartomante", de Machado de Assis, e "O Gato Preto", de Edgar Allan Poe.

No contexto educacional, os contos são ferramentas valiosas para ensinar conceitos literários, habilidades de escrita e compreensão de leitura. Ao compreender esses elementos, os alunos podem apreciar melhor a estrutura e o significado do conto, além de desenvolver suas próprias habilidades criativas na escrita.

Linguagem e estilo

A linguagem e o estilo de um conto variam significativamente dependendo do tipo de história e de seu público-alvo. Contos de fadas, por exemplo, frequentemente utilizam uma linguagem mais simples e arquetípica, repleta de simbolismo e elementos mágicos, destinados a transmitir lições morais de maneira acessível a crianças.

Já os contos modernos tendem a empregar uma linguagem mais complexa e estilos narrativos que refletem as nuances do mundo contemporâneo, muitas vezes com diálogos realistas e descrições detalhadas para criar ambientes ricos e personagens profundamente desenvolvidos. 

Grandes contistas e suas obras

Conheça os contistas mais famosos no Brasil e no mundo e veja algumas obras renomadas.

Contistas brasileiros

A literatura brasileira é rica em contistas que capturaram a essência da cultura e das nuances sociais do país.

Machado de Assis, por exemplo, é um dos grandes nomes da literatura nacional, conhecido por suas obras incisivas e ironicamente críticas como "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que embora sejam romances, refletem a habilidade do autor em construir narrativas curtas e densas em suas diversas crônicas e contos, como "A Cartomante".

Clarice Lispector é outra contista emblemática, cujas obras, como "Laços de Família", exploram os conflitos internos e a complexidade das relações humanas com um estilo profundamente introspectivo. Estes autores, juntamente com outros como Lygia Fagundes Telles e João Guimarães Rosa, contribuem para um panorama robusto de contos que representam a rica tapeçaria da experiência brasileira.

Contistas internacionais

A nível internacional, vários autores se destacaram pela sua habilidade de condensar vastos temas humanos em breves narrativas. Edgar Allan Poe, nos Estados Unidos, é frequentemente citado como o mestre do conto de suspense e horror, com obras como "O Corvo" e "O Gato Preto" que exploram as profundezas da psique humana e o macabro.

Na Rússia, Anton Tchekhov é reverenciado por seus contos que capturam a complexidade da vida russa do século XIX com precisão e economia narrativa, destacando-se obras como "A Dama do Cachorrinho" e "Vanka". Na América Latina, Jorge Luis Borges da Argentina, oferece uma abordagem única, incorporando elementos de fantasia e filosofia em contos como "O Aleph" e "Funes, o Memorioso".

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Análise de contos 

Representação de livro, nuvens, lua, caneta, rosa

A Cartomante (Machado de Assis)

A narrativa de “A Cartomante” aborda o envolvimento amoroso entre Camilo, Rita e Vilela. Camilo e Vilela compartilham uma longa amizade desde a infância, mas a trama se complica quando Camilo se torna o amante de Rita, esposa de Vilela.

Após receber uma carta anônima, Camilo decide se distanciar da residência de Vilela. Essa separação leva Rita a procurar conforto em uma cartomante, buscando orientação. Inicialmente cético, ao descobrir sobre a consulta, Camilo ridiculariza Rita por sua credulidade.

Porém, ao receber um bilhete de Vilela, Camilo suspeita que ele esteja ciente da verdade e teme um desfecho trágico e, em busca de alívio, recorre à cartomante, que assegura que o marido traído está alheio à infidelidade. Entretanto, ao chegar à residência de Vilela, Camilo se depara com uma terrível revelação: o marido assassina Rita e, em seguida, o próprio Camilo, com dois disparos de revólver.

A menor mulher do mundo (Clarice Lispector)

"A Menor Mulher do Mundo", de Clarice Lispector, é um conto que transcende a mera descrição física de sua protagonista, a pigmeia. Através da delicada narrativa, Lispector nos apresenta não apenas a menor mulher do mundo, mas também os exploradores que a descobrem na floresta africana.

O contraste entre a fragilidade física da pigmeia e a curiosidade dos exploradores, por um lado, e a selvageria da natureza ao redor, por outro, serve como pano de fundo para uma reflexão mais profunda sobre a condição humana.

A pigmeia, apesar de sua pequenez física, é retratada como um ser dotado de emoções e sentimentos complexos, despertando a compaixão e a empatia tanto dos personagens quanto dos leitores. Assim, o conto não apenas nos convida a questionar nossas próprias noções de normalidade e diferença, mas também a refletir sobre a essência da humanidade em sua forma mais pura e vulnerável.

A galinha degolada (Horacio Quiroga)

"A Galinha Degolada", do autor uruguaio Horacio Quiroga, é uma narrativa sombria que explora os temas da culpa, punição e decadência familiar. A história segue os eventos trágicos que se desdobram após o nascimento do primeiro filho deficiente para um casal já atormentado por problemas conjugais. A falta de afeto e o desespero levam os pais a negligenciar a criança e a buscar a solução no nascimento de um filho sem deficiência,  resultando em uma série de eventos cada vez mais macabros.

Quiroga utiliza uma linguagem descritiva e atmosférica para criar uma sensação de horror e desespero que permeia toda a narrativa. A imagem da galinha degolada, símbolo da brutalidade e da morte iminente, reflete a degradação moral e emocional da família. A história, embora curta, deixa uma marca duradoura, forçando o leitor a confrontar questões profundas sobre responsabilidade, redenção e os limites da crueldade humana.

Análise de contos 

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UCS

 Leia os fragmentos do conto “Primeiro de Maio”, do livro Contos Novos, de Mário de Andrade.

 

No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar. (p. 35)

(...) Deu um ódio tal no 35, um desespero tamanho, passava um bonde, correu, tomou o bonde sem se despedir do 486, com ódio do 486, com ódio do primeiro de maio, quase com ódio de viver. (p. 41)

(ANDRADE, Mário. Contos novos. 17. ed. Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Itatiaia, 1999.)

 

Em relação a essa narrativa, considere as seguintes afirmações.

I-  No início do conto, o 35 está eufórico porque é Primeiro de Maio e ele organizará uma grande festa em homenagem aos trabalhadores.

II-  O protagonista, ao longo da narrativa, vai se decepcionando e retorna para casa cansado, sem voltar ao trabalho.

III - No fragmento em questão, a mudança no registro ortográfico da expressão primeiro de maio sugere uma modificação da personagem principal em relação a seu sentimento sobre essa data.

Das afirmativas acima, pode-se dizer que

 

A Apenas I está correta.
B Apenas III está correta.
C Apenas II e III estão corretas.
D Apenas I e III estão corretas.
E I, II e III estão corretas.
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