É possível entender o estruturalismo como um método de análise e estudo da realidade social.
A análise estruturalista se dá a partir de modelos capazes de explicar como as relações humanas e estruturas sociais se constroem e como elas contribuem para explicar hábitos e costumes sociais.
Esses modelos criados para colaborar com a explicação social são chamados de estrutura.
De acordo com o modelo de explicação proposto pelo estruturalismo a atividade humana e seus desdobramentos, as percepções e os pensamentos não são naturais, mas construídos ao longo do desenvolvimento das sociedades.
Usado atualmente pelas Ciências Humanas, Psicologia, Física e Matemática, o método estruturalista foi utilizado pela primeira vez em 1910 pelo linguista suíço Ferdinand Saussure.
Entre as décadas de 1940 e 1960 a estrutura foi retomada por Claude-Lévi Strauss e aplicada fora do campo da linguística.
A estrutura pode ser entendida como um sistema formado por acontecimentos e ações interligadas e dependentes entre si, e que servem para determinar o todo.
São modelos criados e que colaboram para que se possa entender o funcionamento de uma sociedade.
As estruturas econômicas dependem das estruturas sociais, que por sua vez dependem das estruturas culturais, hábitos e sistema de linguagem para existir.
Ou seja, todas estruturas formadoras da sociedade dependem da existência de outras estruturas e assim, formam as estruturas sociais. Os estruturalistas definem que todos os acontecimentos estão sempre relacionados.
A força das ligações entre essas estruturas dependem dos fatores implícitos e explícitos a elas. Nem todas as relações estruturais são facilmente percebidas, por isso a observação antropológica colabora, com o uso do estruturalismo, para a compreensão dos acontecimentos sociais.
Nascido em Bruxelas, Bélgica em 1908, Claude Lévi-Strauss cursou filosofia na Universidade de Paris, onde teve contato com a Antropologia e a pesquisa etnográfica.
Lévi-Strauss realizou uma série de pesquisas etnográficas em tribos indígenas do Brasil, Estados Unidos e América Latina.
Com bases nas pesquisas e vivência em tribos, o antropólogo defendia que as mentes dos considerados civilizados era igual ao dos habitantes das tribos, muitas vezes chamados de selvagens. O autor afirmava que as características humanas eram todas iguais.
As pesquisas e observações de Claude Lévi-Strauss eram feitas a partir da perspectiva estruturalista. A linguagem aparece como ponto de partida para a passagem do indivíduo do estado natural para o cultural.
É a partir da linguagem que o ser social aprende a cozinhar, a interagire que pode ensinar e aprender os conceitos sócio culturais do local em que vive.
No Brasil, Lévi Strauss lecionou sociologia e Antropologia nos primeiros anos de existência da Universidade de São Paulo (USP), entre 1935 a 1939.
O autor faleceu em Paris, em 2009 e foi um dos principais responsáveis pelo legado do estruturalismo enquanto método de análise.
Na década de 1960 o antropólogo Claude Lévi-Strauss ao estudar tribos indígenas de vários países, incluindo o Brasil, observou a manutenção de um conjunto de estruturas de convivência e normaspresentes em diversas culturas.
Retomando os conceitos linguísticos de Saussure, Lévi-Strauss usou a linguagem como estrutura inconsciente e profunda e que consequentemente, colabora para a determinação de regras de alimentação, parentesco, conduta moral e política que aparecem em diferentes povos.
Ao aplicar o estruturalismo, a pesquisa antropológica Lévi-Strauss propõe:
A partir das ideias estruturalistas de Strauss se inicia um novo modelo metodológico de pesquisa nas ciências humanas. Com Lévi Strauss o modelo estruturalista avançou para outras áreas como a crítica literária, o cinema e a publicidade.
O pensamento desenvolvido pelos estruturalistas se opõe ao modelo de pensamento e pesquisa desenvolvidos pelos funcionalistas.
Enquanto para os estruturalistas as relações sociais são estabelecidas a partir das estruturas de ação e comportamento, para os funcionalistas é afunção social das ações e eventos que influencia e determina a construção das sociedades e modos de vicência. Os fatos atuam como condicionantes dos acontecimentos.
Émile Durkheim e Malinowski são, respectivamente, sociólogo e antropólogo que seguiram a linha funcionalista.
O antropólogo Radcliffe Brown criou o estrutural funcionalismo, corrente que encara as organizações como sendo funcionais e necessárias para manutenção dos grupos e das estruturas.
O estruturalismo nasce na linguística, sobretudo a partir dos estudos de Ferdinand de Saussure, que concebeu a língua como um sistema ou conjunto autônomo e unitário de signos. Ao longo do século XX, a análise estrutural foi ampliada, sendo aplicada a outros campos de saber, incluindo a antropologia e a sociologia. Em termos gerais, com o termo estrutura, os estruturalistas definem: