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Exclusão Social: aprenda o que é e como acontece

Sociologia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 29/9/2023

Índice

Introdução

Muitos grupos são marginalizados na sociedade. Isto é, são deixados de lado do sistema socioeconômico dominante. Há vários motivos que podem causar a exclusão social, como exemplo, a condição financeira. Entenda o conceito e os tipos de exclusão social. Veja também exemplos do fenômeno no Brasil e possíveis soluções para o problema. Por fim, confira se entendeu o conteúdo por meio de exercícios de grandes vestibulares

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O que é exclusão social?

Exclusão social é um conceito que caracteriza a exclusão ou afastamento de grupos do sistema socioeconômico predominante. A exclusão pode acontecer por motivos étnico raciaisreligiosossociais ou econômicos. Dentre os grupos excluídos é possível citar, por exemplo, negrosindígenaspobres, membros da comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiências físicas ou intelectuais, dependentes químicos e moradores em situação de rua. 

Em geral, os grupos que sofrem exclusão social, são também chamados de minorias, tal denominação passa a impressão de que, efetivamente tais grupos compõem a minoria social, o que não é realmente uma verdade. Analisando a população brasileira, dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Dados, a PNAD, realizada pelo IBGE, apontam que 56,2% dos brasileiros se declaram como pretos ou pardos, enquanto 42,7% se declaram brancos.

A partir dos dados da PNAD, é possível observar que as populações negras não são a minoria da sociedade brasileira. Por esse motivo, o uso do termo minorias deve ser questionado. Quanto às mulheres, a PNAD mostra que da população total do Brasil, 51,8% são mulheres, portanto, também não são a minoria.

Qual é o motivo da exclusão social?

Os grupos excluídos, geralmente, sofrem com políticas públicas pouco abrangentes, com pouco acesso a programas de saúde e educação. Por esse motivo, acabam não conseguindo sair do sistema de exclusão social, que perpetua-se historicamente. A não garantia de direitos básicos, além de abalar a vida dos grupos afetados, fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Brasileira de 1988. 

O modelo econômico capitalista praticado também impacta diretamente a busca por emprego formais e a recolocação no mercado de trabalho. Com menos tempo dedicado ao estudo e desenvolvimento de capital cultural, os grupos excluídos têm mais dificuldade de acesso ao mercado de trabalho formal. Quando não conseguem, recorrem ao trabalho informal, fazendo “bicos”, trabalhos esporádicos ou trabalhando, com certa dificuldade, por conta própria.

Tais condições de trabalho não permitem a produção de lucro e acúmulo de dinheiro. Por conta disso, torna-se cada vez mais difícil a ascensão social e, muitas vezes, é iniciado ou mantido um ciclo de pobreza e fome. As desigualdades sociais estão diretamente ligadas às condições de exclusão socioeconômicas.

Quais são os tipos de exclusão social?

As condições financeiras não são as únicas responsáveis pela exclusão de grupos sociais. Outros fatores também influenciam na exclusão de grupos do sistema social impostos e determinados como corretos pela sociedade.

  • Exclusão de gênero: geralmente, mulheres e indivíduos que não se reconhecem pertencentes ao gênero biológico com o qual nasceram, como os transexuais.
  • Exclusão Cultural: existente por conta das práticas culturais de determinados grupos. Por exemplo, os mitos e rituais de algumas aldeias são considerados fora do padrão sociocultural predominante.
  • Exclusão Étnica: existente em relação a grupos étnicos, como por exemplo negros e indígenas.
  • Exclusão Patológica: o indivíduo é excluído pela sociedade por ter alguma doença (física, mental ou imunológica) . Cadeirantes, indivíduos com AIDS e autistas, por exemplo, podem ser socialmente excluídos.
  • Exclusão Religiosa: grupos excluídos por não seguirem a religião oficial é imposta pela sociedade. Por exemplo os muçulmanos e membros de religiões de matriz africana, que sofrem preconceito no Brasil.
  • Exclusão etária: também chamada de etarismo, é a discriminação baseada em estereótipos ligados a idade. A sociedade, de maneira geral, encara que pessoas, geralmente mais velhas, não são capazes física e mentalmente de realizarem algumas atividades.

O que é inclusão social?

Políticas de inclusão são um conjunto de medidas e ações para priorizar os direitos básicos e essenciais com a finalidade de  garantir que os grupos excluídos sejam inseridos na sociedade e tenham condições de se manter e viver tendo respeitadas suas diferenças e individualidades.

As políticas de inclusão social são específicas para cada país e dependem de quais grupos são considerados os mais afetados pela exclusão social. Para que as ações sejam efetivas, o Estado deve conhecer a população para qual governa, deve compreender quais são as demandas mais urgentes e relevantes para cada grupo e garantir que todos os cidadãos tenham efetivamente, garantia de acesso à direitos básicos e individualidades e demandas respeitadas.

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Exclusão social no Brasil

No Brasil, existem os mais variados tipos de exclusão social: econômica, de gênero, religião, cultura e etnia. A maior parte  das exclusões sofridas no Brasil tem origens históricas e estão relacionadas à combinação de um ou mais tipos de exclusão.

Por exemplo, os indígenas, grande maioria no país durante a época da chegada dos portugueses, foram pouco tempo depois catequizados e ensinados a se portarem como os colonizadores. A tentativa de alterar os hábitos, religiosidade e costumes indígenas foi uma forma de padronizar-los à nova realidade brasileira, descaracterizando e ignorando por completo seus hábitos e padrões culturais.

Era preciso aculturar o outro para que ele pudesse parecer menos diferente. A exclusão social que enfrentam ainda tem como raiz a tentativa de fazer com que sigam o modelo cultural imposto pela sociedade, fazendo parecer que o modelo cultural próprio é errado ou não mereça ser valorizado, nem necessite de  ações afirmativas que colaborem para a manutenção da existência da cultura e dos povos.

A raiz histórica explica, também, a exclusão social dos negros. Logo após a abolição da escravatura, em 1888, os negros não foram integrados à sociedade da época por conta das questões culturais, sociais e econômicas. Ainda hoje enfrentam preconceito, racismo, exclusão, pouco acesso à políticas públicas, a educação, saúde ou melhores condições de trabalho.

Políticas de Inclusão no Brasil

Ao longo dos anos, o Brasil tem adotado políticas de ações afirmativas em relação a negros e indígenas, como a obrigatoriedade das cotas raciais e econômicas, por exemplo. É uma tentativa proposta pelo governo e vários órgãos e entidades de minimizar anos de práticas e ações excludentes. Desde 2019, universidades têm realizado vestibulares indígenas, que garantem o acesso de integrantes de alunos de tribos das regiões norte do país em cursos superiores, além de políticas de permanência para que consigam completar a formação.

Apesar da existência de algumas políticas afirmativas, muitos grupos ainda precisam lutar de maneira independente pela garantia de que seus direitos básicos sejam atendidos, e suas identidades e demandas tanto pessoais quanto  coletivas sejam minimamente respeitadas.

O que é exclusão digital?

exclusão digital diz respeito a grupos da sociedade que não tem acesso à tecnologia. De maneira abrangente, pessoas que tem dificuldade de uso de aparelhos e tecnologias digitais também são considerados excluídos digitais. A exclusão digital está ligada ao período e aos tipos de dispositivos tecnológicos disponíveis e utilizados no momento.

Por exemplo, pessoas que não tinham acesso ou não sabiam utilizar televisores, eram excluídas digitais a partir da data da criação da TV, a partir de 1928; aparelhos de microondas a partir de 1947  ou videocassetes, a partir de 1971.

Com a popularização da internet, dos smartphones e tablets, os grupos que não tem acesso a essas tecnologias e dispositivos, são digitalmente excluídos. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, em que boa parte das atividades passaram a ser realizadas através dos dispositivos móveis e da internet, a  camada que, por motivos financeiros ou falta de conhecimento sobre o uso das tecnologias, sofreram ainda mais os impactos da exclusão digital, uma vez que grande parte das atividades, trabalho educação foram realizados de forma remota.

A exclusão digital gera falta de acesso à informação e deve ser encarado como um problema público, já que cada vez mais há tendência do uso de dispositivos móveis para marcação de consultas médicas no sistema público, para receber recados vindos da escola ou até mesmo para pagar passagem de  ônibus urbanos e o fato de não saber usar ou não ter condições de compra de aparelhos, afasta ainda mais a população da realização de atividades cotidianas e da condição de ter serviços básicos garantidos.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UPE/2013

As desigualdades sociais no Brasil têm muitas causas e geram várias consequências. Historicamente, elas iniciaram seu desenvolvimento com a chegada dos portugueses. A Sociologia vem estudando as diferenças sociais entre os brasileiros, em diversos aspectos. Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.

A As condições de miserabilidade da população estão ligadas prioritariamente aos péssimos salários pagos.
B A relação entre desigualdades e questões raciais no Brasil é um tema histórico. Por essa razão, tornou-se preocupação dos estudos sociológicos a partir da década de 1990.
C A noção da pobreza frente às desigualdades sociais no país revela concepções com enfoques no aumento do enriquecimento, do desenvolvimento industrial e da privação relativa.
D Os programas assistenciais (Bolsa-Família, Fome Zero e outros tantos) do governo brasileiro avançaram, mas os índices de pobreza não diminuíram.
E O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs e vendedores ambulantes são trabalhadores, que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade da economia brasileira.
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