O Positivismo é uma escola filosófica criada antes da segunda metade do século XIX pelo francês Auguste Comte (1798- 1857).
No início do século XIX, a França, assim como boa parte dos países europeus, passava por um período de intensas mudanças sociais, políticas, econômicas e científicas.
As transformações foram sentidas e observadas por Auguste Comte, que a partir dessas experiências criou a filosofia positivista.
No período em que Comte viveu, a França passava por diversas mudanças políticas, sociais, econômicas fruto de acontecimentos que marcaram em grande parte a europa nos séculos XVIII e XIX.
A Revolução Industrial introduziu modelos de produção mais modernos para a época, alterou a relação entre trabalhadores, trabalho executado e produto final.
Inovações técnicas passaram a ser conhecidas por outros países, bem como outras formas de uso do aço, da energia elétrica, petróleo e outros componentes químicos.
Nesse período houve também o avanço nas ferrovias e navegação e aperfeiçoamento nas formas de comunicação e produção de arte, com o telefone, teatro, cinema, fotografia.
A Revolução Francesa colaborou com uma nova forma da relação com os governos absolutistas, monárquicos e com grande influência da Igreja Católica, que passaram a ser duramente criticados.
Ideias liberais ganharam força ao defender a menor participação do Estado na economia e a burguesia defendia maior participação política.
O movimento Iluminista que marcou o século XVII influenciou o pensamento humano e as ciências nos séculos posteriores. A Revolução Científica e o Iluminismo marcam a ênfase do pensamento científico reducionista, racional, organizado, objetivo e comprovado a partir de testes e pesquisas.
Diante de tantas e rápidas mudanças, Comte considerava que o mundo em que vivia se encontrava em completa desordem e ebulição, beirando o caos.
Para que a sociedade voltasse a viver de maneira calma e ordenada era preciso estudar essa nova sociedade de maneira racional a fim de que o caos pudesse ser controlado e sociedade pudesse voltar a viver de forma organizada.
Comte propôs um modelo filosófico racional para promover a mudança no pensamento social. Entre os anos de 1830 e 1842 escreveu a obra Curso de filosofia positiva e deu origem ao Positivismo.
O Positivismo é a maneira racional e sistemática de pensar o novo modelo social e entender as transformações. Comte propõe então o abandono gradual de explicações a partir de elementos da natureza ou religiosos.
A sociedade deve ser pensada a partir de elementos racionais, sistemáticos e históricos. Somente as explicações racionais seriam capazes de ajudar o ser social a tomar decisões e promover mudanças que garantissem a volta da ordem.
Na visão de Comte, o pensamento racional colabora para que o pesquisador conheça a sociedade, preveja possíveis situações de caos e proponha mudanças para garantir a ordem.
As regras, ordem e racionalidade para a compreensão desse novo mundo foram inspiradas em outras ciências: a Biologia, Química, a Matemática.
A sociedade, tal como o corpo humano, as reações químicas e matemáticas deveria ser analisada com um sistema no qual acontece uma série de interações que buscam manter a ordem.
Na Sociologia, o homem precisa da racionalidade, que é o elemento que promove o conhecimento verdadeiro, para garantir que o sistema social do qual ele faz parte permaneça em ordem e assim consiga evoluir e atingir o progresso.
A Sociologia é a ciência responsável por estudar a sociedade e é chamada primeiramente por Comte de física social.
O Positivismo também influenciou a criação das igrejas positivas. Chamada por Comte de “religião da Humanidade”, ela tem a Humanidade Personificada como entidade máxima.
A deusa é a personificação dos humanos que contribuíram em todos os momentos históricos (passado, presente e futuro), para o aperfeiçoamento humano.
O Positivismo chegou ao Brasil na passagem do século XIX para o século XX. Foi trazido da Europa por jovens estudantes brasileiros que iam para o velho continente completar sua formação acadêmica.
As ideias positivistas logo se espalharam entre os abolicionistas e republicanos. As críticas aos governos monárquicos, o pensamento sistemático e racional, os ideais de ordem e progresso logo influenciaram os pensamentos de Euclides da Cunha, Benjamin Constant, Marechal Cândido Rondon.
Os ideais positivistas apareceram de forma mais intensa nos governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto e tinham a intenção de garantir a nova ordem social republicana a partir de ideias e pensamentos racionais e científicos.
A frase “Ordem e Progresso”, estampada na bandeira nacional tornou-se o lema da recém-formada sociedade republicana e é o resumo das ideias positivistas contidas na frase de Comte: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.
A religião positiva também ganhou adeptos brasileiros. Na região sul do país existem ainda templos que celebram a humanidade, o conhecimento e a razão.
Comte acreditava que os problemas sociais e as sociedades, em geral, deveriam ser estudadas com o mesmo rigor científico das demais ciências naturais. A partir dessa premissa, Augusto Comte cunhou o nome “Sociologia”, que seria dado à nova área de estudo que se dedicaria às sociedades. Qual era o objetivo principal da sociologia de Comte?